
Essa aconteceu no tempo do meu biso, seu Joaquim, que foi testemunha ocular e auditiva do tal acontecido.
Mas vamos começar do começo.
O seu Toninho acordou atrasado, pegou três pamonhas, um pedaço de rapadura e foi comendo pelo caminho até na roça, onde ia colher batata.
Trabalhava um tempinho e bebia um copo de café, que o amigo, seu João, tinha levado.
– Ara, sô! Café mai doce!
– Recrama, mai ta bebeno né, cumpadi!
– Num tem ôto, uai.
E assim seguiu a manhã toda, até chegar a hora do almoço, quando os dos foram tomar suas refeições perto de um barranco.
Seu João comeu arroz, feijão, frango assado e salada de couve. Seu Toninho, que gostava de uma comida forte, mandou pro bucho uma dobradinha, batata doce afogada, macarrão e ovo frito... Tudo com bastante farinha de milho.
– O cumpadi ta firme na bóia hoje né?!
– Ô! Tem que cumê bem,sô. Saco vazio num pára em pé!
Depois que terminaram de comer, ficaram de papo pro ar, só olhando a paisagem. Perceberam, então, que tinha um belo dum boi pastando ali perto. Ficaram observando o bicho, até que seu Toninho levantou-se, foi até uma moita para dar sossego pra barriga que num parava de chiar.
Um tempinho depois, ouviu-se um barulhão. O boi tomou um susto, caiu barranco abaixo, quebrou o pescoço e... Essa foi a primeira vez que um peido rendeu um churrasco daqueles!
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