sexta-feira, 24 de julho de 2009

Portão







Era uma sala pequena, toda feita de um tipo de pedra branca que refletia a luz que entrava de uma janela também pequena, mas que deixava tudo tão claro, enlouquecedoramente branco e claro. Havia duas camas. Eu estava em uma delas e havia um humano na outra. “Será que estou preso? Fui feito refém por animais? Será loucura?” Pensei.

Tinha recuperado meus sentidos quando entrou pela porta estreita da sala uma serpente, que rastejava parte do corpo no chão enquanto mantinha a outra ereta e imponente, como uma pessoa arrogante faria. Olhou em meus olhos percebi que era a mesma serpente que havia me dado aquela mordida. Quis enfurecer-me novamente, mas ela olhou em meus olhos profundamente e entendi, não sei como, que poderia sair se quisesse.

Saí da sala, passei por um longo corredor frio e saí, novamente, naquele jardim lindo, bom, nem sei se era um jardim, mas parecia.

Os humanos estavam dando cambalhotas, pulando,correndo, brincando... Outros estavam parados, lendo, cantando, enquanto os animais estavam ajuntados em pequenos grupos. Pareciam estar planejando algo, confabulando.

Fiquei novamente aflito e fiz muita força para me controlar; se desse um ataque de novo seria derrubado. Observei tudo em volta. Num canto isolado havia um portão. Estranho, só havia o portão. Não tinha muro ou cerca. Era o portão, do nada, como se fosse uma escultura ou um enfeite.

Entretanto, não pensei duas vezes, corri para o portão e, segurando nas barras de ferro que o compunham, comecei a fazer força para abri-lo... (CONTINUA)

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